A Lei Rouanet permite que pessoas físicas ou jurídicas recebam isenção fiscal, direcionando parte do Imposto de Renda devido a eventos ligados à cultura, desde que esses eventos tenham alguma forma de acesso ou participação popular, o que não é o caso de um desfile feito na Europa
A intervenção da ministra da Cultura, Marta Suplicy, foi essencial na aprovação do projeto. O projeto do estilista recebeu parecer negativo da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (Cnic), mas a empresa que apresentou o projeto recorreu da decisão e a ministra ignorou a decisão da Cnic, liberando a captação do dinheiro público
Marta defendeu o movimento como sendo um investimento em marketing internacional : “Eles não entenderam moda como cultura”
Ao questionamentos do jornal Folha de S.Paulo respondeu :
Por que ignorou a decisão do Cnic e aprovou o projeto do Pedro Lourenço?
A votação do conselho foi muito estranha: 7 votos contra o projeto e 7 abstenções. Quando vi isso, percebi que eles não tinham entendido o conceito que o governo está valorizando muito agora, o conceito do soft power, que é uma das diretrizes nacionais. Temos que levar o país para fora. Temos que ir além daquilo pelo qual já somos conhecidos. Buscamos coisas que agreguem interesse ao Brasil que tragam turistas
Mas o Cnic existe para fazer uma avaliação e emitir um parecer sobre isso, não?
Sim, mas, quando eu soube que eles tinham vetado os desfiles pensei: “Ai, meu Deus! Eles não entenderam o conceito de moda como cultura. Não conhecem as exposições feitas no Museu D’Orsai, no Museu do Louvre... Não têm visão ampla sobre a nova imagem que queremos construir para o Brasil”. Chanel é um símbolo. Dior também. Podemos ter os nossosE como o contribuinte brasileiro tira proveito desses desfiles em Paris?
A projeção que o Brasil vai ter com os desfiles do Pedro é algo que nunca conseguiríamos pagar. É mídia. É marketing! Na última apresentação dele, só no Youtube, ele teve 140 mil acessos. Para nós, esse evento não será só para as 480 pessoas que conseguirão convites via internet. Não são elas que nos preocupam. Estamos de olho nas milhares de pessoas que serão atraídas para o país por uma mídia extraordinária
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