Após 1 ano e meio de investigações e mais de 200 mil ligações interceptadas, a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo-DHNSG, com o apoio da Corregedoria da PM e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Púbico-Gaeco, desencadeou nesta quinta feira, dia 29 de Junho, a operação “Calabar”, batizada em referência a Domingos Fernandes Calabar, considerado o maior traidor da história brasileira.
A operação, que mobilizou cerca de 600 agentes das polícias Militar e Civil do estado, visava cumprir mandado de prisão de 90 policiais, já que outros 6 policiais já estavam presos por outros crimes.
Segundo as investigações, os policiais movimentavam R$ 1 milhão por mês de propina de traficantes de São Gonçalo, para que as drogas fossem vendidas livremente.
Semanalmente os agentes recebiam 250 mil reais de propina do tráfico, com valores diferenciados de acordo com a atuação de cada um; Os agentes responsáveis por incursões em favelas recebiam R$ 20 mil por semana e os policiais baseados nos Destacamentos de Policiamento Ostensivo-DPOs recebiam R$ 7,5 mil. A entrega da propina ocorria nas noites de sábado.
Foram presos 40 policiais do Batalhão de São Gonçalo, outros 20 que já haviam sido transferidos para o 12º BPM-Niterói e outros 16 que estavam no 35º BPM-Itaboraí. Além dos policiais, 22 traficantes também foram presos.
A quantidade de policiais acusados de corrupção representa quase 15% do efetivo total da unidade, que tem pouco mais de 700 policiais.
As investigações começaram em 2016, com a prisão de Sandro de Oliveira Vinhas com R$ 27 mil que teriam sido recolhidos de várias comunidades de São Gonçalo e que seriam entregues como pagamento da propina à policiais do 7º batalhão.
Sandro, que é apontado como sendo o elo de ligação entre os policiais militares corruptos e os traficantes, decidiu colaborar com a Justiça e fez uma delação premiada, revelando todo o esquema de propina do tráfico.
Sandro apontou os nomes de 96 agentes que recebiam valores semanalmente e entregou uma lista de números de telefones utilizados por policiais e por traficantes responsáveis pelos pagamentos.
Policiais do DPO do Jóquei, Santa Izabel, Salgueiro, Santa Luzia e Jardim Catarina estão envolvidos no esquema.
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