quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Central de esterilização da Clínica São Silvestre é interditada

A central de esterilização da Clínica São Silvestre, em Nova Cidade, foi interditada pela Secretaria Estadual de Saúde, além de todas as internações estarem suspensas por alto risco sanitário, depois da morte de um menino, logo após o parto de Valquíria da Conceição Saraiva, de 32 anos, no último dia 14 de Novembro.

Valquíria e o marido, Wesley Alves Vieira, de 28, acusam a clínica, que não tem convênio com o SUS, de negligência e omissão pela demora no socorro ao seu filho. A certidão de nascimento registra a hora de nascimento como sendo as 11:40 horas, mas a certidão de óbito indica que o bebê morreu às 02:00 horas, 15 horas após o nascimento, com insuficiência respiratória e pouca oxigenação do sangue.

O pai conta que tentou transferir a criança, mas não conseguiu porque dependia da autorização da clínica. A clínica colocou o filho de Valquíria na fila de espera da rede pública, sendo que a vaga no SUS foi disponibilizada, segundo a clínica, somente à 01:30 horas.

“Eu paguei pelo parto. E pagaria para levá-lo a outro hospital. Mas eles não aceitaram nosso desejo. Para não pagar transferência e UTI neonatal, eles deixaram meu filho morrer’ desabafou o pai Wesley Alves Vieira.

A clínica São Silvestre se defende, dizendo que a transferência do bebê seria cara demais e que a mãe da criança tem histórico de uma filha com deficiência.

“ O parto é feito a preço popular. Custa cerca de R$ 2 mil... Não há como arcar com esse custo. A conta não fecha...A mãe tem esse histórico e o bebê teve cardiopatia” alegou o advogado da clínica, Elmano Magalhães.

Porém, Elmano Magalhães não explicou por que a clínica, que não tem UTI neonatal, decidiu fazer o parto, mesmo sabendo da questão hereditária.

O convênio da clínica com o SUS já havia sido cancelado há 8 meses, depois de recomendação do Ministério Público federal, que apontou problemas de higiene no local.

Não é a primeira vez que a Clínica São Silvestre se envolve em problemas. O hospital aparece como réu em 26 processos desde 2006.

Em 2012, depois de receber várias denúncias sobre a unidade, o Ministério da Saúde solicitou o descredenciamento da clínica porque estava fazendo cobrança dupla por atendimentos; Cobrava dinheiro do paciente e depois cobrava do Sistema Único de Saúde (SUS). 

O caso foi denunciado pelos próprios pacientes depois que eles pagavam por atendimentos e depois receberam em casa uma carta do SUS, informando que o governo pagou todas as despesas do parto.





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