Valquíria e o marido, Wesley Alves Vieira, de 28, acusam a clínica, que não tem convênio com o SUS, de negligência e omissão pela demora no socorro ao seu filho. A certidão de nascimento registra a hora de nascimento como sendo as 11:40 horas, mas a certidão de óbito indica que o bebê morreu às 02:00 horas, 15 horas após o nascimento, com insuficiência respiratória e pouca oxigenação do sangue.
O pai conta que tentou transferir a criança, mas não conseguiu porque dependia da autorização da clínica. A clínica colocou o filho de Valquíria na fila de espera da rede pública, sendo que a vaga no SUS foi disponibilizada, segundo a clínica, somente à 01:30 horas.
“Eu paguei pelo parto. E pagaria para levá-lo a outro hospital. Mas eles não aceitaram nosso desejo. Para não pagar transferência e UTI neonatal, eles deixaram meu filho morrer’ desabafou o pai Wesley Alves Vieira.
A clínica São Silvestre se defende, dizendo que a transferência do bebê seria cara demais e que a mãe da criança tem histórico de uma filha com deficiência.
“ O parto é feito a preço popular. Custa cerca de R$ 2 mil... Não há como arcar com esse custo. A conta não fecha...A mãe tem esse histórico e o bebê teve cardiopatia” alegou o advogado da clínica, Elmano Magalhães.
Porém, Elmano Magalhães não explicou por que a clínica, que não tem UTI neonatal, decidiu fazer o parto, mesmo sabendo da questão hereditária.
O convênio da clínica com o SUS já havia sido cancelado há 8 meses, depois de recomendação do Ministério Público federal, que apontou problemas de higiene no local.
Não é a primeira vez que a Clínica São Silvestre se envolve em problemas. O hospital aparece como réu em 26 processos desde 2006.
Em 2012, depois de receber várias denúncias sobre a unidade, o Ministério da Saúde solicitou o descredenciamento da clínica porque estava fazendo cobrança dupla por atendimentos; Cobrava dinheiro do paciente e depois cobrava do Sistema Único de Saúde (SUS).
O caso foi denunciado pelos próprios pacientes depois que eles pagavam por atendimentos e depois receberam em casa uma carta do SUS, informando que o governo pagou todas as despesas do parto.
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